Barbárie, terror e afronta certamente são palavras que estão oprimindo os indígenas que habitam o planalto central do Brasil. A construção do setor Noroeste está recheada de mau-caratismo e briga por poder não só político, como também econômico. Estamos presenciando um extermínio cultural com requintes de crueldade a história do Brasil.
Desde os tempos do descobrimento, os povos indígenas têm sofrido abusos por parte dos mais abastados e infelizmente, isso ainda é uma realidade que assola a vida dos índios. A demarcação de terras indígenas no setor noroeste não é somente um problema dos índios, é uma situação que deveria envolver e mobilizar toda a população contra esse ataque que visa destruir nossa história.
É um total descaso e uma falta de ética de nossos governantes que permitem tal atrocidade sem ao menos se esforçar ou mover-se de suas confortáveis cadeiras, onde por muitas vezes assinam papéis sem ao menos ler para saber o que eles dizem. Ouve-se muito o falar sobre sustentabilidade no meio político, mas será que todos os discursos proferidos em reuniões de estado e em assembléias políticas têm mesmo efeito na realidade?
Estão sepultando o que é realmente importante para o Brasil em troca de um bairro que dizem ser totalmente planejado e que ainda leva por apelido “o primeiro bairro ecológico de Brasília”.
O Santuário dos Pajés é talvez um dos últimos lugares onde os índios podem ser encontrados no planalto central, porém, parece que a história não terá bons rumos no que diz respeito à preservação da identidade cultural e espiritual desse povo que tanto tem a nos ensinar.
“O importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos, e este mundo injusto, que devemos transformar” – Oscar Niemeyer
Herik Bianke Braga